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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

LANTERNA VERDE | CRÍTICA DO FILME

Autor: Rubens Junior | Facebook | Twitter


NOTA
4,5

Lá vamos nós novamente.
Para quem acompanhou as notícias e novidades do Lanterna Verde com grande expectativa desde que anunciaram a produção do filme, já sabiam que, desde que sua estréia nos EUA, as críticas do filme não foram boas. Na verdade, todas foram péssimas. As críticas não fizeram questão nem de medir as palavras, no perigo de insultar atores ou produtores. Realmente julgaram quase todo filme como um lixo (resumindo todos os comentários). A melhor crítica americana que encontrei avaliou o filme como "médio". Porém, cou confessar em primeira mão que Lanterna Verde está entre os meu heróis favoritos desde a época dos Superamigos na TV, do Hanna e Barbera. Por isso este era o filme que mais ansiava neste ano. Então, nesta atmosfera negativa criada pela crítica, eu tomeia a decisão de esperar exatamente o contrário do filme. Coloquei na minha cabeça que Lanterna Verde seria o melhor filme baseado em quadrinhos deste ano e, por ser um dos meus preferidos, certamente teria grandes chances de ocupar um posto na minha lista excepcional das 10 melhores adaptações de hq para cinema. Desta forma, pude ter certeza que, após assistir o filme, eu poderia elaborar uma crítica pessoal e realista, sem a menor influência negativa de outros críticos, e esta foi uma sábia decisão.

Assisti o filme sexta-feira, sessão 00h, em sua noite de estréia, com uma turma de amigos (a maioria não manja nada de hq's) como de costume. E, para resumir, foi um bom filme. Todos se divertiram, todos deram risadas, todos saíram comentando o filme com um sorriso no rosto, destacando a parte que mais haviam curtido.. o filme não foi o grande desastre que a maioria comentou, mas na minha opinião, ainda foi um filme um pouco abaixo da média (5). Eu até queria dar uma nota um pouco maior, já que um dos meus personagens preferidos. Mas, avaliando ceticamente, seria injusto dar uma nota maior. Veja abaixo crítica em detalhes.

O ATOR RYAN REYNOLDS - Este foi o responsável pela maior carga das críticas que vi por aí mas, por ser um ator muito querido pelos americanos, culparam o diretor por escalá-lo para o personagem, e não pelo trabalho do ator. Em suma, disseram que sua atuação não cativou, pois nas partes de humor ele se saía bem, mas nas partes "sérias" ele não convencia. Porém, desde que eu soube de sua escalação para o papel, eu vibrei, pois sou fã assumido de Ryan Reynolds. Acho muito difícil encontrarmos atores que, principalmente, trabalham com comédia mas não tem aquela atuação exagerada e extrapolante, estilo Jim Carey. O humor contido de Ryan é tão reconhecido que não foi a toa que o escalaram para interpretar o irônico Deadpool no primeiro filme solo do Wolverine. Ryan Reynolds, com poucas expressões sutis, ele já transmite o sentimento necessário para as cenas e, ao contrário do que muitos julgaram como "falta de talento", eu considero exatamente este talento necessário para que o personagem pareça convincente. Pois, na vida real, ninguém é totalmente extravagante em sua forma de agir ou expressar o que sente. E, neste filme, Ryan mostrou a qualidade do ator que sempre foi, por isso eu curti seu trabalho neste filme. Ele carregou o filme inteiro nas costas e, por causa dele, o filme não ficou abaixo da média.

A HISTÓRIA - Não era novidade. Os trailers já haviam contado tudo, e não houveram grandes surpresas. O roteiro é bom. Sua base mantém a história dos quadrinhos, com algumas pequenas alterações que, embora os mais nerds dos quadrinhos possam me escalpelar por isso, na minha opinião, são apenas detalhes que não influenciaram para o filme ser pior ou melhor. Só o fato do filme ser baseado em um herói que usa um anel de outro planeta que lhe dá o poder de transformar imaginação em realidade, já elimina qualquer outra necessidade criativa no filme, e foi assim que ocorreu. A maior parte do filme se dedica a explicar como Hal Jordan se transformou em um Lanterna Verde e isso já bastava para um bom filme. A história entre Abin Sur e Paralax foi um extra necessário para a o surgimento do grande vilão do filme e, até aí, tudo funcionou. O único problema foram as pequenas gafs na narração desta história, que se tornaram grandes gafs, pois ocorreram em momentos cruciais do filme, em grande parte, no final. O grande, enorme e imenso problema que vi neste roteiro é que também seguiu a forma ridícula do "herói com grande responsabilidade de namorico com a mocinha" durante todo o filme. Meu.. já deu isso aí. O primeiro filme do Homem de Ferro já provou que esta forma não é estritamente necessária para o sucesso do filme. Pelo contrário, Tony Stark não deu nenhum selinho na Peper no primeiro filme, e sim, tomou um fora dela no final. E, no final das contas, ele nem se tornou o Homem de Ferro por responsabilidade, e sim, por vaidade. A verdade é que estão seguindo a mesma forma para a maioria destes filmes de heróis pois não acreditam realmente na trama original das hq's, e ficam forçando os romances goela a baixo, sendo que é exatamente isso que está gerando o resultado oposto, o fracasso destes filmes ao invés do sucesso. Não precisa ser muito inteligente para perceber.

AS PARTES DO FILME - Como já expliquei em outras críticas, o filme precisa ser dividido em 3 partes iguais em sua duração: começo, meio e fim. O começo achei perfeito. Dinâmico, compenetrante e já conseguiu prender a atenção de todos com as tramas à serem desencadeadas e resolvidas, como a história de Abin Sur e Paralax se libertando da prisão, a forma com que ele se torna mais poderoso com o medo alheio, etc. O meio do filme foi médio pois, embora tenha mostrado a evolução dos vilões e a tentativa de adaptação de Hal Jordan como herói, houveram muitas cenas desnecessárias neste meio do filme. Muitas conversinhas melosas entre Hal e a mocinha, muitas cenas que poderiam ser editadas de forma mais dinâmica, tornando o meio do filme mais curto e o final mais longo. E o final, incrivelmente, caiu na mesma armadilha que Thor e Capitão América: muito curto, sem intensidade nenhuma, sem nenhum perigo de morte comovente e até convincente entre o herói e o vilão. Eu faço questão de frisar sempre isso: se é para diminuir o tempo do filme, diminua no começo ou no meio, nunca no final. O filme tem praticamente 2h e o final ocorreu em 10 minutos, permeados mais de conversa do que devporradas. Se quer saber porque tiro tantos pontos dos filmes de heróis, o maior motivo é este. Todo final de filme deve ser incrível, a melhor parte do filme, o clímax. Nestes filmes de quadrinhos, os finais estão desapontando, e isso não tem perdão quando se conta qualquer história, seja no cinema, hq, ao vivo, etc.

AS INCOERÊNCIAS - Não houveram tantas, mas as que houveram, realmente foram gritantes. O filme mostra desde o começo que Paralax é O vilão e Abin Sur é O Lanterna Verde. Porém, Abin Sur (Abner, como minha amiga o ficou chamando após o filme, por não conseguir decorar seu nome... rs) morre logo de cara. Mas ok, restaram mais de 3.000 Lanternas Verdes que, juntos, nem a Liga da Justiça x 3 poderia encarar a Tropa inteira. Tanto é fato, que só enviaram meia dúzia dos melhores Lanternas para encarar o vilão Paralax. Alguns morrem e, com isso, os que sobreviveram ficaram com tanto medo que acabaram fugindo. A idéia óbvia era: já que fomos em poucos e perdemos, agora vamos TODOS e venceremos. Mas optaram por outra idéia: já que perdemos para o poder amarelo do medo, vamos fazer um anel amarelo para combater de igual para igual o vilão. Ok, não é a melhor idéia, mas até dá para perdoar, já que a criação do anel amarelo faz parte das hq's. O que não dá para perdoar é que, quem acabou vencendo o Paralax, foi Hal Jordan, SOZINHOOOOOOOOOOOOO, sem que tivesse, ao menos, participado de algum treinamento como Lanterna Verde. Pelo contrário, nos primeiros 5 minutos de treinamento ele já desiste e passa metade do filme no planeta Terra, usando seu novo poder para namorar com a mocinha. Aí, quando ele descobre que Paralax, o grande vilão, vai destruir a Terra, ele sai correndo para o planeta OA pedir ajuda para TODOS os lanternas. Os caras falam assim: "Meu, vc tá louco?! Paralax é muito poderoso.. ninguém pode com ele! Como a gente sabe que, depois de destruir a Terra ele vem para cá se vingar dos Imortais e destruir OA, nós vamos ficar aqui treinando sem parar para conseguirmos nos defender." Então Hal Jordan diz: "Ok, mas então eu posso enfrentá-lo sozinho?" (pra quê pedir permissão se ele já estava na Terra usando o anel a vontade???). Os caras respondem: "Vai lá! Tenta destruí-lo sozinho. Vc irá morrer, mas como vc e a Terra não fazem diferença nenhuma para nós mesmo, já vai tarde." E Hal realmente acaba com o cara (como já era esperado no final), mas sem justificar de onde ele tirou tanto poder e coragem não demonstrados no filme inteiro! Do jeito que o filme caminhava, o coerente seria que, ao chegar em OA para pedir ajuda, os Lanternas aceitassem ajudá-lo e, juntos com os Imortais, conseguissem salvar a Terra. E Hal seria destacado por demonstrar responsabilidade e liderança (coisa que ele não havia feito no filme inteiro). Já seria o suficiente para mostrar o quanto o novo Lanerna Verde humano tinha valor. Outra questão é que, desta forma, veríamos todos aqueles milhares de Lanternas agindo em comate juntos. Pois, no fim das contas, não passaram de figurantes na produção.

OS OUTROS ATORES - Tim Robins nem precisava estar no filme. Seu papel servia para demonstrar a origem do vilão na Terra, mas não precisava de tantas cenas para justificar um grande ator neste papel. O fato de ser um grande ator neste papel só fez com que suas cenas insignificantes fossem super valorizadas e sua cara aparecesse mais que o necessário. O peeeeor, foi o fato de que Tim Robins é apenas 13 mais velho que Peter Sarsgaard e, quando o filme indica que um é pai do outro, deu para ouvir o cinema inteiro dizendo: Hã??? Sarsgaard interpreta muito bem o vilão e suas cenas realmente fazem diferença, de forma que poderia até ter sido muito mais aproveitado em uma batalha mais intensa com o Lanterna, e também na conclusão do filme, ao invés de morrer tão rápido. Mark Strong interpretou Sinestro perfeitamnte e Taika Waititi teve ótima participação no filme. A cientista vivida pela grande atriz Angela Bassett é outra que poderia ter sido economizada e substituída por qualquer outra figurante, já que seu papel no filme... qual foi mesmo??? Já a atriz Blake Lively deixou moooito a desejar. Não vou afirmar que é falta de talento pois nunca vi nenhum outro filme dela, mas ela parece sofrer da mesma doença de Brandon Routh (Superman Returns): ela manteve as mesmas expressões faciais o filme inteiro, variando do biquinho para o sorriso em todas as suas cenas. Mas, sua atuação não atrapalharia o filme. O problema maior foi que, como o diretor resolveu que o filme também seria um romance ao invés de ser apenas uma aventura/ação, as cenas de Ryan com Blake (que não eram nada significantes para o enredo do filme) não paravam de acontecer, inclusive entre as batalhas. Eles chegaram ao ponto de parar a grande batalha final para inserir cenas dos namoradinhos conversando... isso foi beeem pior que simplesmente a atuação da loirinha.

OS EFEITOS - Efeitos especiais fracos e, em algumas partes do filme (principalmente no final), os efeitos foram um lixo. A última parte em que Paralax voa pelo espaço atrás do Lanterna os efeitos especiais são ridículos. Até lembra os primeiros Star Wars. Mas, no geral, o pior dos efeitos foram os trajes dos Lanternas Verdes. Eu já havia achado estranho nos trailers os trajes feitos completamente em 3D, mas achei que no filme tudo ficaria melhor adaptado, mas não rolou.

Concluindo, tais partes ruins do filme, por incrível que pareça, não o tornaram um péssimo filme. Só impediram que o filme fosse ótimo. Dentre os mais esperados deste ano, na minha opinião, Lanterna Verde foi melhor que o Capitão América e que o Thor (sendo Capitão em segundo e Thor em terceiro). Eu assistiria o Lanterna novamente com prazer no cinema e, desta vez, em 3D (infelismente o cinema que costumo assistir não disponibilizou o 3D para o Lanterna, e só fiquei sabendo em cima da hora). O que me decepciona mais é que nestes 3 filmes citados, o maior fracasso deles não foi nos efeitos especiais, nas atuações ou nas histórias originais mirabolantes. Por isso não aceito as críticas que fizeram a Ryan Reynolds ou a outros atores. Estes filmes não estão sendo tão bons quanto poderiam justamente por tentarem adaptar as histórias a estes formatos melo-românticos para TODOS OS HERÓIS (por isso iniciei o post com "lá vamos nós novamente"). Poderíamos até mudar o subtítulo destes filmes:
  • THOR, o deus do trovão = THOR, o loirinho apaixonado
  • CAPITÃO AMÉRICA, o primeiro vingador = CAPITÃO AMÉRICA, o primeiro romântico
  • LANTERNA VERDE = No dia mais claro, na noite mais densa, minha gatinha não escapará à minha presença. Todo aquele que, com ela, tentar me chifrar, tenha esta conciência: minha luz verde irá te fritar com eficiência.

Não há problema nenhum em inserir uma mocinha no filme, mas a intensidade delas na história não é uma necessidade para todos os heróis. Pelo contrário, muitos deles só conheceram suas mocinhas após anos de heroísmos. Este formato extremamente forçado já não funciona a tempos e, repito, não usar este formato foi um grante fator que garantiu o sucesso do Homem de Ferro e DEMOROU PARA PERCEBEREM ISSO. Só espero que em OS VINGADORES eles não percam metade do filme entre os namorinhos de todos os heróis, senão vão ser 5 horas de filme e, mesmo assim, vai faltar tempo para ação.

3 comentários:

  1. lanterna verde foi ruin até d+.
    vo da essa nota aqui..
    NOTA
    4,5

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  2. Ei camarada do blog: eu já li bastante coisa aqui e notei que você PUXA MUITA SARDINHA para as adaptações dos personagens que VOCÊ gosta. Você julga tudo muito subjetivamente, tudo muito para si. Valew!

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  3. Anônimo
    Avaliando o filme novamente, até concordo com sua nota. 6,5 foi muito para um filme tão ruim.

    Unknown
    Isso é verdade. A partir do que considero "melhor", tenho meus favoritos, e vou julgando pelo que conheço. Mas não acho que isso é um problema, é só minha opinião, que pode ser discutida e até discordada. Se apresentar sua opinião com bons argumentos nos textos que leu, quem sabe eu até mude de idéia em alguns pontos ;-)

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