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terça-feira, 27 de março de 2012

DOSSIÊ HQ NA GIBITERIA: LANÇAMENTO DO GAZZARA

Autor: Rubens Junior | Facebook | Twitter


No dia 21 de março de 2012, rolou mais um Dossiê HQ na Gibiteria. Desta vez, lançando o Gazzara, um projeto audacioso de Rafael Coutinho, com uma proposta muito interessante: Gazzara consiste em desenvolver histórias em quadrinhos, mas não para publicar em livros e revistas, mas sim, expor em paredes, como quadros. A premissa da idéia é de que o artista hq produz uma obra de arte tão bela quanto outros artistas, sendo que uma hq ainda exige um esforço muito maior, já que a arte vem acompanhada de toda uma história. Logo, por que pendurar na parede apenas um desenho, e não uma hq?

Melhor explicado nas palavras do idealizador e editor do Gazzara, Rafa Coutinho, que descreveu sua idéia em seu blog, e eu resumo aqui:

"Lugar de quadrinhos tinha que ser na parede. Todo esse trabalho e detalhe, tava na hora desse desenho estrapolar os pequenos formatos de livro (muitas vezes não tão pequenos assim, mas ainda sim um formato tradicional). "Que lindo seria poder colocar isso na minha parede, enorme, como uma pintura." Pois bem, daí surgiu a ideia de fazer uma hq em formato enorme, 60 cm x 40 cm, o conhecido A2. Convidei alguns amigos que admiro muito o trabalho, e sugeri que todos fizessem uma história de 4 páginas. Bolamos meio conjuntamente algo que unisse todas, e pudesse sugerir uma leitura universal e conjunta. Todas as histórias são escritas em um texto incompreensível, como uma outra língua ou um texto técnico incompreensível, cada um obviamente entendeu como quis. Ficou lindo."

Como eu disse, audacioso e muito interessante.

Os primeiros artistas convidados para participar do projeto foram Rafael Sica, André Kitagawa, Heitor Yida e Mateus Acioli (uma dupla), Eduardo Medeiros e Berliac. Destes, apenas André Kitagawa, Heitor Yida e Mateus Acioli compareceram neste lançamento. Mas a arte de todos estava exposta pelas paredes e por varais improvisados na Gibiteria. Era algo que chamava atenção ao entrar na loja, principalmente para aqueles que já conheciam o local, e viam que havia algo "diferente" por ali.


No começo do evento, houve um bate-papo livre entre convidados e o público. Otávio, proprietário da Gibiteria, elaborou e mediou as questões entre os artistas durante o programa, onde cada um pôde expor seu conceito e suas intenções no trabalho.

Rafa Coutinho reforçou a intenção de valorizar as hqs como verdadeiras obras de arte; destacou que os nomes escolhidos para participar do projeto são artistas os quais ele admira e o inspiram a produzir seu trabalho cada vez melhor; e explicou o porque do nome "Gazzara", que é uma homenagem ao ator americano Ben Gazzara (falecido em 2012) que, em sua opinião, atua com grande qualidade certa peculiaridade. Características similares ao projeto.

Os amigos Heitor Yida e Mateus Acioli pareciam ficar mais a vontade com o decorrer do programa, e conseguiram expor bem a curtição de participar desse projeto, desenvolver os códigos de linguagem indecifráveis, e tentar fazer algo realmente singular.

Arte de Heitor Yida e Mateus Acioli

André Kitagawa foi o que falou menos, não por limite de tempo, mas devido a sua personalidade. Com respostas diretas e resumidas, destacou que toda sua arte foi feita a mão, e sua intenção quando ilustra é sempre tentar fazer algo diferente da realidade.

Arte de André Kitagawa
Arte de Eduardo Medeiros
Arte de Berliac
Arte de Rafael Sica

Laerte, pai de Rafael Coutinho, compareceu no evento e participou comentando e estimulando a resposta dos convidados, além de fazer suas próprias perguntas. Essa interatividade foi muito proveitosa ao programa, já que Laerte muitas vezes perguntava exatamente o que a galera presente gostaria de saber, além de ser um bônus para os convidados compartilharem das opiniões do mestre Laerte.

Otávio encerrou o programa perguntando o que cada artista pretendia realizar futuramente, e foi basicamente uma unanimidade: "produzir hqs com histórias pessoais, ou com roteiros próprios". Realmente esse é o grande objetivo na maioria dos jovens do ramo.


Como sempre, o Dossiê HQ acabou em muito bate-papo, compra de hqs, risadas, reencontros, e autógrafos. Além das artes, canecas e camisetas do Gazzara, as hqs dos convidados também estavam expostas para venda. Destaque para o maior formato, O Beijo Adolescente de Rafa Coutinho, obra tão esperada pelo público, e o menor formato, Todo Mundo é Feliz, de Mateus Acioli que, pelo que reparei, o formatinho esgotou.



A intenção de Rafa Coutinho publicar o trabalho de 12 artistas. Porém, é necessário que os trabalhos já publicados sejam vendidos, estes artistas sejam pagos, e assim sucessivamente. Então, os interessados, entrem em contato façam seus pedidos!

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