segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

DEMOLIDOR | DIABO DA GUARDA

Autor: Rubens Junior | Facebook | Twitter






TÍTULO: DEMOLIDOR | DIABO DA GUARDA
PUBLICAÇÃO: 2009
EDIÇÃO: ÚNICA
CAPA E ILUSTRAÇÕES: JOE QUESADA
ROTEIRO E ARGUMENTO: KEVIN SMITH
ORIGEM: EUA
LICENCIADOR: MARVEL COMICS
EDITORA: PANINI
CATEGORIA: EDIÇÃO ESPECIAL
GÊNERO: SUPER-HERÓIS
PÁGINAS: 212
FORMATO: 17 X 26 CM




PRODUTO: COLORIDO/LOMBADA QUADRADA

Pronto! Esse é outro bom exemplo do que sempre digo: quando a série é boa, valorize-a! Como se valoriza uma série boa? Republicando em uma edição especial encadernada, oras! Esta é uma daquelas que demorou até demais para republicarem. Roteiro criativo, cheio de suspense, argumento interessante para cada personagem, ilustração diferente de um artista (até então) pouco conhecido... os ingredientes necessários para uma uma hq de sucesso.


Aqui no Brasil, a publicação da história Diabo da Guarda acompanha o lançamento da revista Marvel 2000. Segue abaixo as capas originais.





Descobri o "Demolidor" (ODEIO esta tradução para Daredevil) ainda bem jovem. Eu curti muito este personagem, pois a primeira revista que vi dele era ilustrada por John Romita Jr. e escrita por Ann Nocenti, no surgimento da Mary Tifóide, na antiga Superaventuras Marvel. Pouco tempo depois foi lançada a série especial e espetacular do Homem sem Medo, do mesmo ilustrador, mas com o roteiro de Frank Miller. Ou seja, uma fase excepcional do personagem. Não tinha como eu não virar fã do personagem.

De repente, uma série de histórias ruins foram aparecendo, com ilustrações horríveis, e só ia de mal a pior. Foi decaindo tanto que roteiristas péssimos começaram a incluir demasiadamente Elektra nas histórias, numa tentativa desesperada de recuperar o sucesso alavancado por Frank Miller, na origem da heroína. Essa fase ruim ficou registrada nas publicações Marvel 97, 98 e 99. Praticamente 4 anos de histórias ruins, com excessão da pequena fase Fall From Grace, publicada ainda na fase Superaventuras Marvel, do número 164 ao 173, onde é apresentado o novo uniforme do Demolidor. É muito tempo de coisa ruim!

Até que, finalmente, surge esta maravilhosa saga Diabo da Guarda, reavivando a estima do personagem a tanto tempo de luto. Por isso curto tanto esta revista. É um fim absoluto à esta capengação de péssimos profissionais empurrando na barriga este personagem. Daí pra frente, foi só fera conduzindo as edições mensais. Anos depois descobri que este "reavivamento" foi um planejamento intencional da Marvel, não só para o Demolidor, mas para todas as suas publicações.

Na época, eu fui pego de surpresa. Quando publicaram a Marvel 2000, eu nem dei muita atenção, pois achei que seria ruim como nos anos anteriores. Até que saiu a edição nº 2 e babei na ilustração da capa. Quando li, babei no roteiro. Consegui comprar apenas mais a edição 5 e a 7, e completei esta série pelos sebos da vida.

Como já devem saber, as editoras Brasileiras nunca acompanharam exatamente as publicações originais das hqs americanas. Enquanto eu ficava fuçando os formatinhos da Marvel a procura dos meus heróis favoritos, sem saber em quais edições eles apareceriam, nos EUA meus heróis tinham suas revistas solo periodicamente nas bancas. Nos EUA, a versão original desta história realmente foi marcante pois, além de dar um novo "up" no personagem após uma série de edições ruíns, ela inicia o volume 2 da revista Daredevil. O volume 1 finalizou na ed. 380, e o Diabo da Guarda acompanha as primeiras oito edições do novo volume, com capas alternativas para as edições 1, 2 e 5, como pode ver abaixo:














































































Resumindo: enquanto os americanos se esbanjavam no novo volume do Daredevil, sempre em 17 x 26 cm, nós, aqui no Brasil varonil, esmiuçávamos um formatinho de 13,5 x 19 cm, em busca deu um tal "Demolidor", tentando a sorte da editora não picar a história e/ou sumir com o personagem nas próximas edições, para dar espaço à outros heróis, já que este formatinho era demasiadamente "inho"!

Mas Deus é bom, os anos se passaram, e a Editora Panini resolveu fazer a boa ação de tirar esse nó da nossa garganta e lançar edições especiais decentes, em formato americano, de histórias maravilhosas da Marvel, dificilmente valorizadas no Brasil, como foi o caso A Queda de Murdock, Homem sem Medo e, finalmente, este Diabo da Guarda, entre muitas outras.

Agora, finalmente, vc pode curtir com detalhes a arte de Joe Quesada e Kevin Smith, num formato e produto descente:

OBS: Se vc ainda não leu esta revista, NÃO LEIA O RESTO DO POST. Pois este é um daqueles que vou comentar tudo, inclusive o final ;)


  • ROTEIRO E ARGUMENTO: Muitos não curtiram muito esta história, pois ela acaba com 2 personagens que, embora pareçam meros coadjuvantes, possuem seu público de devotos. Para efetivarem realmente uma nova fase da revista, todos sabem que matar personagens sempre ajuda. E foi isso que ocorreu com Karen Page, a amada e companheira de Matt Murdock durante anos e, do NADA, o Mysterio! Aquele vilão do Homem-Aranha?! Pois é... isso fez com que os fãs do Homem-Aranha detestassem esta saga, ao mesmo tempo que reconquistou fãs como eu, que nunca deram muita bola para estes vilões muito fantasiosos demais (sorry). Embora não tenha curtido muito aquela lenga-lenga do final, em que o Demolidor é um "herói improvisado", que Mysterio não podia com Homem-Aranha mas aguentava com o Demolidor (como se um fosse melhor que o outro), não acho que isso acabou com a história. Só tirou uns pontinhos no crédito, que são muitos. E o principal crédito que dou a esta história, é que tiveram coragem de matar uma pessoa boa que, embora não seja perfeita, não combatia o crime, não estava envolvida em atividades perigosas... era apenas a companheira do herói. Isso originou uma amargura profunda no personagem que o acompanhou até seus volumes mais recentes, passando pela fase do ilustrador Alex Maleev e do escritor Brian Michael Bendis, considerada pela maioria dos fãs como a melhor fase de todos os tempos do Demolidor. Fora isso, a trama do roteiro é muito boa, com um suspense intenso durante todas as edições da história, além argumentos inteligentes (mesmo que, as vezes, demasiados). Então, pode reclamar um pouco das mortes, de alguns fatores técnicos, depois elogie bastante o resto do trabalho.
  • ILUSTRAÇÃO: Esse Joe Quesada resolveu desenhar na hora certa. Era apenas o editor da Marvel quando nos deu o ar da graça seu traço até comum, porém com formas deformadas e ângulos diferentes, que deram uma dinâmica interessante à história. Nada surreal, mas acima da média.

No geral, um belo produto que vale a pena comprar. Um de meus preferidos da minha coleção.

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