segunda-feira, 30 de maio de 2011

CAPITÃO NINJA | O PERSONAGEM MULTI-USO

Autor: Rubens Junior | Facebook | Twitter

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Visualmente diferente, interessante, fisicamente rápido, hábil, intelectualmente esperto, inteligente, e caracteristicamente irônico, sarcástico e totalmente mulherengo, Capitão Ninja é o herói brasileiro MAIS brasileiro que já passou pelas hq's do nosso país. Mas, se vc perguntar poraí, é provável que cada um se lembre deste personagem de uma forma diferente, em revistas diferentes, em funções diferentes e com visuais diferentes. Por isso, para justificar minhas primeiras afirmações, resolvi publicar uma biografia correta deste caristmático herói, já que muitas informações disponíveis na net estão incorretas. Para tanto, basta acompanharmos a carreira de seu ilustre criador: Marcelo Cassaro.


Marcelo Cassaro é o típico profissional. Aquele que não atua somente em uma função, mas domina todas as funções que compõem sua profissão. No universo gráfico, ele é criador, roteirista, ilustrador e editor. Por isso o admiro muito.

Em 1985 ele iniciou sua carreira na produtora Black & White & Color, de Maurício de Sousa, onde trabalhou como assistente de design nos filmes da Turma da Mônica.

Em 1989, seu trabalho no mundo dos quadrinhos teve início na Editora Abril, nas revistas do Zé Carioca, Trapalhões, nas adaptações das séries de TV japonesa com Jaspion, Changeman, Black Kamen Rider, Maskman, Spielvan e Cybercops, e na revista Heróis da Tv, que publicava as histórias do Hanna-Barbera como Super Amigos, Sansão e Golias, O Homem-Pássaro, Homem-de-Ferro, Herculóides, entre outros. Sua passagem pela editora lhe rendeu o Prêmio Abril de Jornalismo em 1991, 1992 e 1994, na categoria Roteiro de História em Quadrinhos.

Em 1991, ao contrário do que muitos pensam, o Capitão Ninja fez sua primeira aparição em 2 participações especiais na revista As aventuras do Pequeno Ninja. Seu visual foi inspirado num uniforme camulfado e numa fantasia de ninja do próprio Marcelo Cassaro. Nesta revevista, praticamente todos os personagens que surgiam eram vilões que o Pequeno Ninja enfrentaria. O Jonin Capitão Ninja se destacou pois era um herói que, no fim, agiu como parceiro do Pequeno Ninja, e não um vilão.


Em 1994, Marcelo Cassaro entra para o mundo dos games na revista Progames, da Editora Escala. Nela, ele adaptou o Capitão Ninja (entre outros), no intúito de aumentar a interatividade do leitor com a revista, tornando-a mais dinâmica e entretida, para que ela não fosse apenas mais um manual de dicas dos games. Como o público da revista era na maioria adolescente, a personalidade deste personagem era bastante brincalhona, sarcástica, de linguagem atual, cheia de gírias. Tudo muito descontraído.


A imagem do Capitão Ninja não aparecia durante a revista, apenas seus textos introdutivos no editorial e nas matérias. Mas, nas últimas páginas da revista, ele possuia uma tira de quadrinhos, satirizando um jogo específico dos games. Tanto foi um sucesso que, embora eu nunca tivesse comprado revistas de video game, toda esta linguagem diferente e estilo do personagem me chamou atenção, e comecei a colecionar esta revista.

Após a 3º edição da Progames, a revista mudou de nome e passou a chamar-se Gamers. Foi a única mudança referente aos games. A revista continuava no mesmo estilo e mesma linguagem. Porém, com o grande sucesso do Capitão Ninja, ele ganhou muito mais espaço na revista com posters e uma hq inteira no interior da revista, além de manter sua tira nas últimas páginas. Aí se confirmava o sucesso dos quadrinhos invadindo e dominando o mundo dos games.


Tudo no universo do Capitão Ninja era cool. A ilustração era muito simples, sem muitos detalhes, mas muito boa, moderna e dinâmica. Embora fosse simples e parecesse infantil como os quadrinhos da época, pelo fato das histórias serem baseadas nos video games, as histórias tinham sangue, mortes, ossos aparecendo, entre outras atrocidades. E como o Capitão Ninja era muito cara-de-pau e mulherengo, era comum encontrar algumas cantadas com um pouquinho de malícia nos diálogos. Isso incluía uma leve sensualidade nos posters das gatas dos games como Chun Li, e um topless (tapado somente pela própria mão) da Sônia Blade do Mortal Kombat. Embora parecesse impróprio, a leve dosagem destes fatores na revista só a tornaram mais divertida popular. Por fim, era esta interatividade dos quadrinhos no mundo dos games que diferenciava a revista Gamers das outras revistas. De resto, todas eram muito parecidas, só mudavam na quantidade de páginas. Ponto para Marcelo Cassaro.

Por fim, como a revista Gamers tinha poucas páginas comparada a Supergamepower e outras, o público da Gamers só existia devido ao Capitão Ninja e suas histórias, e não pelas dicas de games, que eram encontradas em maior quantidade em outras revistas. Assim, o Capitão Ninja ganhou sua própria revista, que reuniu todas as suas histórias publicadas na Progames e na Gamers, incluindo uma entrevista ao próprio Capitão Ninja, onde Marcelo Cassaro (sob o pseudônimo de, também, Captão Ninja) revela detalhes sobre a origem do personagem, incluindo sua passagem na revista do Pequeno Ninja.


Aproveitando o talento de Marcelo Cassaro, em paralelo a revista Gamers, algumas outras publicações eram lançadas pela Editora Escala, relacionadas aos próprios games divulgados na revista. Além de algumas revistas/posters, foram publicadas algumas hq's nacionais do Street Fighter. Segue abaixo alguns exemplos:


Na minha opinião, este foi o auge do Capitão Ninja. Um personagem teen age, criativo, bem brasileiro, com total aproveitamento em quaisquer veículo de comunicação que fosse veiculado.

Com sucesso comercial de Marcelo Cassaro, ele foi convidado a trabalhar na Editora Trama com uma melhor proposta comercial. Ele aceitou e saiu de vez do mundo dos games. Nesta nova editora, muitos de seus trabalhos autorais foram publicados, incluindo seu novo projeto para jogos de RPG, a revista Dragão Brasil, na qual foi editor por mais de dez anos. Nesta revista, Capitão Ninja também foi utilizado como personagem de RPG, como pseudônimo do editor, entre outros. Segue abaixo uma das edições:



Durante sua longa passagem na Editora Trama (atual Editora Talismã), Marcelo Cassaro criou muitos personagens para RPG, e desenvolveu muitos projetos relacionados a estes personagens, como a revista Holy Avanger, Tormenta, DBride, KillBite, entre outros. E nesta editora, Cassaro teve a oportunidade de lançar a revista solo de seu principal personagem, o Capitão Ninja. Porém, ele apresentou um Capitão Ninja moooito diferente do que conhecíamos. Uma versão bombada do herói, moooito mais sangrenta e sensual, chegou às bancas.


Não demorou muito para o Capitão Ninja ganhar seu próprio grupo, o UFO TEAM, onde, claro, ele era o líder.


Nestas revistas Marcelo Cassaro era apenas o editor. Os ilustradores, notoriamente inspirados nas artes de Jim Lee nos X-Men, produziram um trabalho que não só perdeu a originalidade do traço de Cassaro, como mas perdeu grande parte do público que acompanhava o Capitão Ninja, devido a brutal mudança de estilo. Embora este novo trabalho tenha conquistado novo público, particularmente, eu ainda acho que este assassinato ao Capitão Ninja original tenha sido a maior tragédia do personagem, e ainda sinto moooita falta do herói simples, cômico, muito mais original.

Em 2005, Marcelo Cassaro deixou a revista Dragão Brasil devido a problemas internos com a diretoria da editora, e foi para Mythos Editora. Lá criou novos projetos de RPG, incluindo a revista Dragon Slayer (depois editada pela Editora Escala), entre outros.

Hoje em dia, os trabalhos de Marcelo Cassaro são publicados por diversas editoras e ele possui um reconhecimento nacional pelos seus trabalhos nos quadrinhos. Em várias entrevistas, Cassaro deixou evidente uma infeliz verdade do Brasil que, por opção, preferiria trabalhar somente com quadrinhos, e só se envolveu com games, RPG e outros ramos, devido a baixa renda que os quadrinhos oferecem ao profissional no Brasil. E, embora eu não curta muito a versão bombada, sangrenta e sensual do Capitão Ninja em suas revistas solo, o conjunto da obra do Captão ninja, que demonstra a paixão e insistência de Cassaro para manter o personagem no mercado, rendeu ao Captão Ninja a grande honra de fazer parte da seleção brasileira dos quadrinhos, ao lado dos maiores personagens do país, numa eleição muito justa e merecida.



  1. CAPITÃO NINJA - Marcelo Cassaro
  2. RADICAL CHIC - Miguel Paiva
  3. QUEBRA QUEIXO - Marcelo Campos
  4. SACI PERERÊ - Ziraldo
  5. MÔNICA - Maurício de Souza
  6. RÊ BARBOSA - Angeli
  7. NÍQUEL NÁUSEA - Fernando Gonsales
  8. SENINHA - Rogério e Ridaut
  9. MENINO MALUQUINHO - Ziraldo
  10. CAPITÃO RAPADURA - Mino
  11. CAPITÃO DO PIRATAS DO TIETÊ - Laerte

3 comentários:

  1. 100000000000000000000000000 muito obrigados mano, por manter vivo esse personagem q eu ria pra cacete, lendo na epoca uashshuhasuhahusuhasu valeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeu !!!!!!!!!!!!!1

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  2. Capitão Ninja é um personagem interessante mesmo, ainda lembro da tirinha da Gamers em que ele enfrenta os inimigos do Homem Aranha e usa um gatinho pra derrotar o Homem Areia hehehe!
    Um personagem que faz muito sucesso e que eu acho que tem elementos parecidos com o Capitão Ninja é o Deadpool da Marvel! Ele é meio que uma mistura do Slade Wilson da DC com o Capitão Ninja...

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  3. Porra... tenho nem o que falar... esse site é espetacular!!!

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