domingo, 30 de setembro de 2012

MESMO DELIVERY | CRÍTICA

Autor: Rubens Junior | Facebook | Twitter



TÍTULO: MESMO DELIVERY
PUBLICAÇÃO: 2008
EDIÇÃO: ÚNICA
TEXTOS E ILUSTRAÇÕES: RAFAEL GRAMPÁ
ORIGEM: BRASIL
EDITORA: DESIDERATA
CATEGORIA: EDIÇÃO ESPECIAL
GÊNERO: ROAD THRILLER
PÁGINAS: 60
FORMATO: 17 X 26 CM
PRODUTO: COLORIDO/LOMBADA QUADRADA

Conheço e admiro a ilustração do Grampá já há algum tempo, mas demorei para ler este álbum. Isso foi ruim, de certa forma, pois o seu sucesso, premiações, me geraram uma certa expectativa quanto a hq em si, que é composta de muito mais do que ilustração. Não curto esta minha prévia expectativa, pois caso o autor não a supra também no texto, na dinâmica da história, etc, acabo não aproveitando tanto a obra de arte quanto aproveitaria se não tivesse tal expectativa. Porém, logo nas primeiras páginas, percebi que minha expectativa estava muito aquém do que estava por apreciar...

A diagramação, os ângulos, as figuras e cenários revelados logo nos primeiros "quadros" das primeiras páginas, já provaram o que os créditos do Grampá na aba da hq já havim descrito: "trabalhou como diretor de arte e concept designer... criando filmes de animação." É uma perfeita abertura de filme! E, a cada quadro passado, cada página virada, foi como takes de edição friamente calculados para transmitir a melhor sensação possível para quem estiver devorando o álbum. Não só os ângulos, mas a própria edição do roteiro e narrativa tiveram suas belas sacadas, num estilo extremamente moderno, contando partes da história antes, depois, daqui a pouco e logo mais.

Muitos quadrinistas, mesmo trabalhando há anos no ramo, acabam não se desenvolvendo em alguns aspectos e conceitos visuais tão exploráveis pelos quadrinhos. Mas Grampá, assim como outros artistas (eu mesmo, inclusive) que também enveredaram por outras veículos de arte, como design gráfico, video, grafite, etc, acabam desenvolvendo um trabalho muito diferenciado nos quadrinhos, as vezes, nem por serem melhores ilustradores ou escritores, mas por apresentarem formas criativas de contar uma história, numa mídia tão rica e multiforme como é a arte sequencial.

Foi um grande prazer curtir esta hq, na ilustração, no roteiro, no diálogo e em tudo que nela foi apresentado. E garanto que não estou elogiando pois o autor já é conhecido e aprovado pelo público geral. Quem acompanha meu blog sabe que não tenho "protegidos". Realmente me envolvi tanto na leitura que nem pensei em críticas ou pontos positivos/negativos. Quando percebi a história já havia acabado. O que é bacana também, é que esta hq é mais um exemplo de que uma história não precisa ser uma longa saga para ser boa, para ter uma identidade, para fazer sucesso. E, como a hq parece um filme, acho mais coerente dizer que não apreciei ler a hq, mas sim, que apreciei assistir a hq.

Obs: como o próprio Mutarelli afirmou (embora no Brasil ainda não seja bem assim,, o cinema "bebe" muito mais dos quadrinhos do que o contrário...

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